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12 de abr. de 2007

Estudantes da UFPE cobram mais segurança

Falta de segurança e de boa infra-estrutura preocupam alunos, professores e funcionários da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Pesquisa realizada pelo Departamento de Ciências Sociais com 800 representantes dos três segmentos da instituição mostra que essas são as duas questões, na opinião dos entrevistados, que menos avançaram nos últimos anos. Em contrapartida, o levantamento indica que 55,3% consideram bom o ensino de graduação e 58% o ensino de pós-graduação. A consulta ocorreu no fim do mês passado. Os resultados serão encaminhados para os diretores dos dez centros acadêmicos da UFPE e para o reitor Amaro Lins.

"A maioria dos docentes considerou transparência da gestão e democracia como pontos importantes para a universidade. Os funcionários indicaram a política de assistência ao servidores, com melhorias salariais e auxílio-alimentação. Os estudantes pediram mais investimentos em segurança", explica o coordenador da pesquisa, Enivaldo Rocha. Ele diz que o estudo foi idealizado para mostrar as principais preocupações da comunidade acadêmica.

Alunos que concluíram o primeiro período do curso de medicina confirmam que a falta de segurança é atualmente um dos assuntos mais discutidos na UFPE. "Temos aulas de manhã e à tarde. Antes, alguns ficavam à noite para estudar. Agora, não mais, com medo da violência no câmpus", diz Danielle di Cavalcanti. Parte da sua turma estava reunida, anteontem, elaborando um relatório com os problemas enfrentados durante os primeiros seis meses de curso. O documento será enviado para a reitoria. Nele constam também reclamações sobre condições das salas de aula.

Entre os pontos que menos avançaram, segundo os entrevistados, estão infra-estrutura (16,3%), segurança (13%) e manutenção (5,9%). O estudo revela que, em relação à infra-estrutura, 76,1% disseram que as condições são regulares, ruins ou péssimas, contra 23,9% que julgaram-na boa ou ótima. Como pontos positivos, 9,5% indicaram a transparência da gestão, 8,5% o relacionamento com os gestores e 4,8% a interiorização da universidade. Setenta e nove por cento dos professores disseram que a participação na gestão foi entre regular e péssima.

"A concepção de gestão precisa melhorar, deveria haver mais democracia, com reestruturação da composição dos conselhos. Também mais compromisso com a autonomia universitária", defende o professor do Centro de Educação Evson Malaquias, ressaltando a necessidade de uma melhor política de assistência estudantil. Ele afirma que o acervo das bibliotecas está desatualizado e que há muitos laboratórios defasados. Para os servidores Manoel Souza Filho, que trabalha na Biblioteca Central, e Edson Teixeira, do Centro de Educação, a melhoria salarial é importante para o corpo técnico-administrativo.

INVESTIMENTOS
Segundo o coordenador de segurança e defesa patrimonial da UFPE, Armando Nascimento, cerca de 40 mil pessoas circulam pela universidade por dia. Ele considera pequeno o percentual que reclamou da segurança. "De 2003 para 2004 reduzimos em 80% as ocorrências dentro da universidade. Faz 60 dias que não há registro de assaltos no câmpus. São 332 agentes garantindo a segurança. Há, ainda, um convênio com a Polícia Militar, que realiza rondas diárias, das 7h às 23h", explica. Nos últimos anos, diz, foram comprados fardamento, dois carros e sete motos para a equipe de vigilantes, além da realização de capacitações. (Jornal do Commércio)

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