
O julgamento será retomado nesta quinta-feira a partir das 14h. Os ministros vão decidir se o mandato pertence ao partido ou ao parlamentar eleito. Se decidirem que o mandato é da legenda, precisarão estabelecer a partir de quando a medida será aplicada.
Hoje o ministro-relator do mandado de segurança do PSDB, Celso de Mello, apresentou as questões levantadas pelo Ministério Público e questionou, entre outros pontos, a tese de que haveria risco ao direito de ampla defesa, caso todos os parlamentares não fossem ouvidos e e sobre a interferência do Judiciário em temas do Legislativo.
O assunto dominou parte das discussões. Todos os ministros se manifestaram. O ministro Eros Grau, que é relator do mandado de segurança ingressado pelo PPS, foi o único a divergir do tema.
A ministra- relatora do mandado de segurança do DEM, ministra Cármen Lúcia, também apresentou uma questão preliminar.
Negativa
Em seu parecer encaminhado ao STF no mês passado, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, recomendou que sejam negados os pedidos da oposição para terem de volta os mandatos dos parlamentares que mudaram de sigla.
Durante o julgamento, Souza criticou duramente a infidelidade partidária e condenou a devolução dos mandatos aos partidos. De acordo com ele, a punição não é autorizada na Constituição.
"A questão da infidelidade é a anomalia que reside da relação entre o parlamentar filiado e o partido", disse. "Tudo isso é ética e politicamente reprovável."
Porém, segundo o procurador, se a Suprema Corte deferir os mandados de segurança, a decisão deve ser aplicada só a partir da próxima legislatura.
No mês passado, o ministro Celso de Mello negou liminar pedida pelo PSDB para afastar os parlamentares que trocaram o partido por outra legenda.
Mudanças
Do final de 2006 até setembro deste ano, 46 deputados mudaram de legenda. A maior perda foi para a oposição, uma vez que os parlamentares migraram em sua maioria para a base aliada.
Com base em levantamento realizado pela Folha Online, os partidos que mais receberam deputados nesta legislatura foram o PR e o PTB --que pertencem à base governista. O comando do DEM compareceu em peso nesta quarta-feira no julgamento: ex-presidente nacional do DEM Jorge Bornhausen, o vice-líder do partido, José Carlos Aleluia (BA), o líder da legenda, Onyx Lorenzoni (RS) e o senador Marco Maciel (PE) acompanharam o julgamento.
Em pleno julgamento sobre as regras para a fidelidade partidária, houve uma queda no sistema de energia por cerca de 15 minutos. Sem microfones, o julgamento foi mantido enquanto advogados de defesa dos partidos políticos e dos parlamentares elevaram o tom de voz para serem ouvidos pelos ministros.
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