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11 de abr. de 2007

Maioridade penal aos 16 anos é apoiada por brasileiros

O endurecimento na lei, com a antecipação da maioridade penal de 18 para 16 anos, foi defendido como uma das medidas capazes de inibir a crescente violência no país pela maioria dos entrevistados por pesquisa encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) ao Instituto Sensus. São favoráveis à redução da maioridade penal 81,5% dos 2 mil entrevistados entre os dias 2 e 6 de abril, nas cinco regiões do país.

Apenas 14,3% são contrários à proposta que entrou na ordem do dia com o assassinato do menino João Hélio, de seis anos, arrastado até a morte em um assalto no Rio, em fevereiro. Um jovem com menos de 18 anos participou do crime.

O apoio à redução da maioridade penal já foi maior. Numa pesquisa CNT/Sensus realizada em dezembro de 2003 essa proposta tinha o apoio de 88,1% dos entrevistados e era rejeitada por apenas 9,3%. O apoio à redução da maioridade penal é significativo na medida em que apenas 15% dos entrevistados consideram que, no combate ao crime, as leis brandas são uma das principais causas da violência no país.

POBREZA É A CAUSA DA VIOLÊNCIA
A pesquisa também constatou que o país continua dividido quanto à pena de morte, embora tenha se invertido a tendência. São favoráveis à pena de morte 49% dos ouvidos, sendo que em pesquisa realizada em maio de 2003 eram a favor 46,7%. Os contrários à pena de morte que eram 49,7% agora são 46%.

A pesquisa revela que há uma percepção da violência que é maior do que a violência - afirmou o cientista político Ricardo Guedes, do Instituto Sensus.

A violência aumentou no Brasil para 90,9% dos ouvidos. A principal causa, para 24,1% dos entrevistados, é a situação de pobreza e miséria em muitas áreas das grandes regiões metropolitanas do país. Em segundo lugar, com 19,1%, é apontada a Justiça falha. Em seguida, estão as leis brandas, com 15%, e a corrupção policial, com 11%. A falta de policiamento é a causa para apenas 7,6% dos ouvidos.

A pesquisa também quis saber como as pessoas classificam, em relação à criminalidade, a cidade onde residem. A maior parte dos entrevistados, 38,3%, considera a sua cidade pouco ou nada violenta. A quantidade dos entrevistados que considera sua cidade muito violenta ou violenta vem logo em seguida, com 34,8%. Já 26,1% acreditam que sua cidade é medianamente violenta.

Os números também revelam que a maioria dos ouvidos, 34,5%, avalia que tanto o governo federal quanto os estaduais e as prefeituras são responsáveis pelas ações na área de segurança. O maior responsável pela atual situação, de aumento da violência, de acordo com a pesquisa, é o governo federal, com 29,9%.

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